No podcast "NÃO SEJA UM CHATO!", Lucas Pimenta oferece uma verdadeira aula sobre comunicação política, revelando como a atenção se tornou o principal ativo para campanhas eleitorais e mandatos contemporâneos. Em meio a milhões de conteúdos disputando segundos de foco, Pimenta argumenta que nada mais importa se a atenção seletiva e sustentada não for conquistada primeiro.
Lucas explica que sua estratégia de alternar críticas a Lula e Bolsonaro é proposital: é a polarização que gera os maiores picos de engajamento. Mesmo os xingamentos e ataques são benéficos do ponto de vista algorítmico. Ele reforça que cerca de 40% do que aparece no feed do Instagram são conteúdos sugeridos por engajamento anterior. Assim, ser alvo de polêmicas se torna vantagem estratégica.
A analogia central do podcast é simples e direta: "A atenção é o pênis da comunicação". Tudo o que vem depois — narrativa, conexão, proposta — depende de primeiro atravessar essa porta. Se ninguém presta atenção ao político, não importa o quão inteligente seja sua proposta. Esse é o princípio fundamental.
Quando um opositor vence a eleição e se torna situação, a comunicação precisa mudar. Pimenta relata a experiência com um prefeito que derrotou um três vezes reeleito e precisou passar de opositor combativo para gestor honesto. A chave foi assumir erros, reconhecer limites e mostrar esforço real. Isso humaniza e gera conexão autêntica com o eleitor.
Outro ponto essencial é o uso de dados. Pimenta lamenta não ter citado pesquisa antes no episódio, tamanha é sua importância. A partir das percepções reais do eleitor é que se constrói a comunicação eficaz. Em contextos de escassez, como cidades cheias de buracos, é mais eficaz assumir os problemas e mostrar pequenos avanços do que vender soluções milagrosas.
Lucas analisa casos de destaque como Pablo Marçal. Sem estrutura de campanha, fundo eleitoral ou tempo de TV, Marçal conseguiu 1/3 dos votos paulistanos apenas com estratégia de "ondas de atenção". Ele gerava picos frequentes que o mantinham na memória recente do eleitorado. No entanto, sua falha foi a ausência de mensagem e conteúdo após captar atenção, o que o deixou vulnerável.
O exemplo do "ataque" de Datena a Marçal no debate é interpretado por Pimenta como destruição simbólica da imagem antifrágil do candidato. Marçal, que sempre se colocava como valente, fugiu do embate, chorou e entrou numa ambulância. A narrativa de força ruiu.
Ao final, Pimenta apresenta sua lista de "pimentas malaguetas" e "pimentas de cheiro", apontando quem, na sua opinião, sabe trabalhar bem a comunicação e quem ainda tem um estilo engessado. Cita nomes como Nicolas Ferreira, Kim Kataguiri, Guilherme Boulos e Amon Mandel como exemplos de estratégia. Em contrapartida, Cláudio Castro, Ricardo Nunes e Romeu Zema são apontados como inexpressivos no digital.
Para finalizar, ele apresenta a Escola dos Políticos, plataforma que reúne mais de 60 cursos com os principais especialistas do marketing político brasileiro. Com planos acessíveis, desde mensal até vitalício, a iniciativa visa formar uma nova geração de comunicadores políticos preparados para lidar com a era da hiperatenção e do algoritmo como patrão.
A mensagem é clara: quem domina a atenção, domina o jogo. Mas é preciso ter o que dizer quando todos olharem para você.
Assista o episódio completo: https://youtu.be/pz_Yp72ebeI
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