Com o fim dos primeiros seis meses de mandato, prefeitos precisam acelerar ou começar as entregas, ajustar a comunicação e preparar o terreno político para as eleições que se aproximam.
O primeiro semestre de gestão chegou ao fim. Seis meses já se passaram desde que os prefeitos eleitos em 2024 tomaram posse, e agora começa uma nova fase: a que será observada com atenção por quem vai às urnas em 2026. A partir de agora, tudo que o prefeito fizer, ou deixar de fazer, vai refletir diretamente no apoio que conseguir transferir para candidatos aliados nas eleições do ano que vem.
Se a gestão ainda está devendo promessas de campanha, é hora de reagir. O eleitor é rápido para julgar e não tem paciência para desculpas repetidas. E, sim, ainda dá tempo de recuperar o ritmo e mudar a percepção. Mas é preciso corrigir os erros mais comuns.
Entre os maiores erros, está deixar a comunicação de lado. Não adianta fazer se ninguém fica sabendo. A gestão precisa falar com a população, explicar o que está sendo feito e, mais importante, mostrar por que isso importa para a vida das pessoas. Outro problema é prometer mais do que se pode cumprir. Quando a expectativa é alta e a entrega é baixa, o desgaste é inevitável.
Prefeitos também erram ao se afastar da base social. Quem ignora lideranças comunitárias, associações, redes sociais ou rádios locais, perde a chance de ouvir críticas e sugestões direto da fonte. Também não adianta fugir do confronto: críticas virão, e é melhor enfrentá-las com argumentos do que deixá-las crescer sem resposta. E por fim, tem o erro de delegar tudo. Quem foi eleito foi o prefeito, e o povo quer ver ele liderando.
Mas dá para virar o jogo. O primeiro passo é entender o que as pessoas realmente estão achando da gestão. Isso não se faz apenas com elogios da equipe ou curtidas em posts. É preciso ouvir, pesquisar, perguntar com humildade e disposição para corrigir rumos. Depois disso, vem a comunicação. Ela precisa ser clara, direta e constante. Comunicação não é só falar, é construir confiança.
Mostrar obras é importante, mas o jeito de contar isso faz toda diferença. Não basta dizer que asfaltou uma rua, é melhor mostrar como isso ajudou quem antes enfrentava lama e poeira. É esse tipo de história que cria vínculo com o eleitor.
Se algo prometido ainda não saiu, o melhor caminho é explicar o motivo, dizer o que será feito e quando. O eleitor prefere a verdade do que o silêncio. E é bom lembrar: a escolha do candidato que o prefeito vai apoiar em 2026 começa a ser construída agora. Se a população aprovar a gestão, vai confiar no nome indicado. Caso contrário, o apoio pode virar peso.
Ou o prefeito assume logo o protagonismo da sua gestão, ou corre o risco de virar coadjuvante da própria história. Ainda há tempo. Mas é agora, ainda neste semestre, que o rumo precisa ser ajustado. Se o gestor ainda não tem, chegou a hora de montar um plano de ação e comunicação até março do ano que vem. Depois de abril de 2026, o jogo começa a fechar e as peças já estarão no tabuleiro para a maior eleição de todos os tempos onde serão eleitos: deputado estadual, deputado federal, governador, 2 senadores e presidente da república.
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