A Sessão Ordinária da Câmara Municipal, realizada nesta quarta-feira (14), foi marcada por fortes críticas à gestão da prefeita Débora Régis (União Brasil). O momento mais tenso do encontro ocorreu durante a fala do vereador Decinho, que acusou a chefe do Executivo de “abandonar a cidade” em plena crise provocada pelas chuvas que atingiram o município no início de maio.
Segundo o parlamentar, enquanto bairros como Itinga, Vila Nova de Portão e Lagoa dos Patos enfrentavam alagamentos e prejuízos, Débora Régis estava em viagem à França, o que classificou como um “ato de descaso com a população”. “Em um momento em que os moradores mais precisavam da presença da prefeita, ela simplesmente estava fora do país. Isso é inaceitável. Lauro de Freitas merece mais respeito”, afirmou Decinho em plenário.
Críticas à transparência e suspeitas em contratos emergenciais
A sessão, que teve início com atraso por falta de quórum, avançou com debates intensos sobre a falta de transparência na gestão municipal. O vereador Anderson destacou contratos emergenciais assinados durante o estado de calamidade financeira, totalizando cerca de R$ 39,5 milhões, sem detalhamento público adequado. Ele pediu explicações sobre os processos licitatórios e levantou suspeitas de irregularidades administrativas.
O vereador Tenóbio também acusou a prefeitura de práticas obscuras, sugerindo o uso de veículos oficiais com placas frias e cobrando investigações. “Se há denúncias, documentos e indícios, é dever desta Casa exigir respostas. Não podemos normalizar corrupção”, disparou.
Saúde, educação e infraestrutura também pautam sessão
Outros temas relevantes dominaram os discursos parlamentares. A precariedade no atendimento a feridas complexas nas unidades básicas de saúde foi apontada por diversos vereadores, que pediram a criação urgente de um centro de referência.
Na área de educação, houve cobrança sobre a falta de material didático nas escolas e críticas à proposta do vereador Tenóbio de submeter servidores da educação, saúde e segurança a exames toxicológicos obrigatórios – medida rebatida com veemência pela vereadora Luciana, em defesa dos professores.
Também foram levantadas preocupações com a falta de infraestrutura em bairros como Floresta Azul, marcado por esgoto a céu aberto, e a necessidade de acelerar as obras de macrodrenagem do Canal dos Irmãos, que recebeu investimento de R$ 62 milhões do PAC. Os vereadores cobraram audiência pública para esclarecer o andamento e os impactos da intervenção.
Esporte, infância e homenagens
A pauta ainda incluiu indicações para requalificação de equipamentos esportivos, como o Campo do Caldeirão, e a construção de uma creche no Alto da Itinga. Também foi discutida a obrigatoriedade de bombeiros civis em eventos públicos, além da criação de um centro para atendimento de pessoas neurodivergentes.
Um dos momentos mais emocionantes da sessão foi a homenagem à Primeira Igreja Batista de Itinga, que completou 48 anos de fundação. Com a presença da bispa Zumira e membros da família fundadora, vereadores exaltaram o impacto social e espiritual da igreja na comunidade.
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