Em entrevista ao podcast Liga da Política, transmitido nesta semana no YouTube, o vereador Sapucaia (União Brasil) fez um amplo balanço de sua atuação à frente da Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMOB) de Lauro de Freitas. Ele abordou temas como mobilidade, polêmicas recentes, dificuldades administrativas e a atual situação política da cidade. A conversa foi conduzida pelos jornalistas Paulo Maneira, Hendrik Aquino e Ari Marques.
Sapucaia abriu a entrevista relatando que assumiu uma secretaria desorganizada, sem contratos vigentes, sem materiais básicos como placas e semáforos, e com ausência de estrutura administrativa. “Não tinha nem guincho contratado. Se um carro quebrasse na Estrada do Coco, não podíamos recolher”, declarou.
O vereador anunciou que a gestão contratou uma empresa para elaborar um Plano de Mobilidade Urbana, com entrega prevista em até 90 dias. O estudo visa regularizar e integrar diferentes modais de transporte, incluindo táxis, mototáxis, ligeirinhos, ônibus, Ubers e topics.
Sapucaia também revelou que solicitou dois viadutos: um ligando Itinga e outro conectando Vida Nova à Estrada do Coco, para aliviar o tráfego intenso da região. Reforçou que mais de 50 mil veículos circulam diariamente na cidade e que o desafio da mobilidade exige planejamento técnico.
Sobre as recentes críticas à fiscalização da SEMOB, Sapucaia foi direto: “Criticar um governo com três meses é politicamente burro”, afirmou. Ele explicou que a blitz que gerou polêmica na cidade envolvia agentes estaduais e não partiu diretamente da SEMOB.
Sapucaia também criticou o uso irresponsável das redes sociais e das fake news:
“As pessoas fazem acusações sem provas, atingem famílias, reputações. Política não é guerra, é diálogo”.
Sobre a moção de repúdio aprovada contra um funcionário da SEMOB, Sapucaia afirmou que houve precipitação e ausência de provas concretas. Ainda assim, destacou que mantém uma relação de respeito com os vereadores e reforçou que sua conduta é baseada na ética.
Durante sua gestão, Sapucaia reestruturou a secretaria, reativou câmeras de monitoramento, organizou a JARI (Junta de Recursos de Multas), descentralizou a emissão de carteiras especiais para idosos e gestantes, e regularizou o transporte escolar e alternativo. Também destacou que a arrecadação com multas caiu drasticamente, rebatendo a tese de “indústria da multa”.
Entre as pautas paradas, revelou que o projeto da Zona Azul, aprovado desde 2020, ainda não saiu do papel por decisão política. Também destacou a urgência de um grande projeto de sinalização urbana e a intensificação da remoção de veículos abandonados, com prazos legais de 72h para regularização.
Sapucaia defendeu a prefeita Débora Régis, afirmando que ela herdou uma cidade financeiramente destruída, com dívidas e obras inacabadas, como uma creche abandonada há mais de seis anos no Jardim Castelão.
“Querem cobrar de Débora em três meses o que não fizeram em 20 anos. É injusto e desonesto”.
Ele também defendeu que a prefeita busque diálogo com diferentes esferas:
“Débora tem que conversar com o governador, com o presidente Lula, com quem for, se for para trazer obras para a cidade.”
Ao final da entrevista, Sapucaia confirmou que deixará a SEMOB e retornará ao seu mandato como vereador, atendendo a pedidos da população. Disse sentir saudade do contato direto com as comunidades e garantiu que retorna com mais experiência e maturidade administrativa.
Sobre a política interna, reafirmou lealdade à prefeita Débora e disse que apoia a reeleição do atual presidente da Câmara, Juca, se essa for a decisão do grupo. Negou interferência excessiva de Camaçari, mas reconheceu que há indicações políticas externas, como em todo governo.
“Política é feita com diálogo. A cidade precisa de união entre os grupos da prefeita e do ex-candidato a prefeito Teobaldo. Disputa por espaço é normal, mas o foco tem que ser Lauro de Freitas.”
Mín. 25° Máx. 26°