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Salvador, BA
A vereadora Luciana Tavares (PCdoB) usou sua participação no Podcast Liga da Política, transmitido nesta terça-feira (15), para fazer uma sinalização surpreendente ao atual governo municipal: mesmo em posição crítica, ela deixou aberta a possibilidade de uma aliança política com a prefeita Débora Régis (União Brasil), sugerindo que ambas poderiam estar no mesmo campo, alinhadas ao projeto estadual liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Luciana revelou que não conversa com a prefeita desde dezembro de 2024, mas fez um convite direto para que Débora se reaproxime politicamente do seu grupo, inclusive sugerindo filiação ao PCdoB.
“Débora pode vir para nossa base, para o campo progressista. Pode até vir para o PCdoB. O que não pode é a cidade continuar refém de uma gestão isolada e desarticulada”, declarou.
Ela também defendeu uma reconciliação entre Débora e a ex-prefeita Moema Gramacho (PT), relembrando a relação de afeto e respeito entre as duas. “Era uma relação de mãe e filha. É preciso resgatar esse laço”, afirmou.
Apesar de atuar como oposição, Luciana reforçou que sua postura é construtiva e disse que a gestão precisa mais de seu mandato do que ela do Executivo. A fala foi interpretada como um gesto político de articulação e abertura ao diálogo — algo raro no atual cenário de fragmentação na Câmara Municipal.
O nome da vereadora tem sido citado com frequência como possível candidata a prefeita em 2028 ou a deputada estadual, por sua atuação firme em temas como educação, juventude, saúde, cultura, igualdade racial e mobilidade urbana.
“Estou pronta, preparada e querendo. Não busquei esse lugar de liderança, mas fui convocada por pautas urgentes e pela população”, declarou, sinalizando que pode assumir um protagonismo maior no futuro político da cidade.
Luciana destacou que o PCdoB tem sido o principal agente de políticas públicas no esporte da cidade, por meio de emendas de deputadas da legenda. Cita iniciativas como capoeira, ginástica funcional, Cajiba e cursos para diferentes públicos, inclusive da classe média.
Por outro lado, criticou a falta de um programa estruturado de esportes na atual gestão, afirmando que o orçamento de R$ 10 milhões é mal utilizado. “A maior parte vai para folha e estrutura, sobra pouco para a prática esportiva real”, disse.
A vereadora voltou a cobrar a ausência de um líder de governo na Câmara e a não apresentação da reforma administrativa prometida pela gestão. Segundo ela, a cidade vive um momento de desarticulação institucional, sem diálogo efetivo entre Executivo e Legislativo.
Luciana também pontuou que muitas obras anunciadas pela prefeita são frutos de conquistas da gestão Moema, viabilizadas pelo governo federal. Ela vê isso de forma positiva para a cidade, mas alerta: “Obra não é tudo. A cidade será abastecida, mas a gestão ainda é frágil.”
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