O projeto “Cantigas de Candomblé em Ópera” será realizado em Salvador nesta sexta-feira (29) e no dia 6 de dezembro, a partir das 19h, na Casa do Benin, localizada no Centro Histórico. O evento, que tem entrada gratuita, conta com o apoio da Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM).
O concerto, promovido pelo Núcleo de Ópera da Bahia (NOP), marca o encerramento do ano artístico do grupo. A proposta combina o canto tradicional do candomblé com a técnica do canto lírico, oferecendo uma experiência única que conecta o ancestral ao contemporâneo. Criado e apresentado inicialmente na França em 2019, o projeto faz sua estreia no Brasil com as vozes de Josehr Santos, que também é babalorixá, Irma Ferreira, Graça Reis e Milla Franco.
Para o diretor musical Aldo Brizzi, o evento é uma oportunidade de ampliar os horizontes da música afro-brasileira. “Cantigas de Candomblé em Ópera é um evento que se apresenta pela primeira vez no Brasil. Foi concebido durante uma turnê do Núcleo de Ópera da Bahia na Europa e estreou na França, em Grenoble, em novembro de 2019. Agora retomamos esse projeto aqui. São canções de origem culta africana e guardadas nas memórias profundas do ser afro-brasileiro e do ser afro-baiano, mas cantadas com vozes e modulações da música lírica. O objetivo é não perder o encanto da origem, não abrir mão da energia hipnótica da percussão, mas agregar camadas de significados”, explicou.
Brizzi também enfatizou a relevância do apoio da Prefeitura, através da FGM. “A parceria com a Prefeitura de Salvador é muito importante para nós. Esse projeto fez parte do edital da Fundação Gregório de Mattos, o Gregório III, mas já no ano passado tivemos uma excelente parceria com a Ópera dos Terreiros, que foi feita na Barroquinha e foi gravada pela televisão francesa. Inclusive, essa gravação já foi apresentada em TV aberta”, contou.
O diretor ainda ressaltou a importância da conexão entre os artistas e suas raízes culturais. “Todos os cantores são muito ligados a essas tradições de cultura afro-ancestral, apesar de terem uma formação de cantor lírico. O Josehr Santos, que tem uma voz incrível, é babalorixá. Ele já cantou comigo em todas as óperas, em Amor Azul com Gilberto Gil, no Requiem, de Mozart, na Itália. Mas, quando canta essa música, coloca uma voz incrível ao serviço da modernidade e da raiz”, completou.
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