Debate vira baixaria entre Cardim e Moema, que chegou a defender Teobaldo e ACM Neto, chamado de 'anão' pelo ex-secretário

Com a ausência dos candidatos Teobaldo Costa (DEM) e Felipe Manassés (Pros), o debate sobre a sucessão de Lauro de Freitas foi marcado por uma discussão "caseira" entre a atual prefeita Moema Gramacho, que concorre à reeleição, e o seu ex-secretário de Planejamento, Mauro Cardim (PTB), que rompeu no decorrer da gestão para lançar o próprio nome.

O evento foi realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal (Asprolf), na noite desta sexta-feira (30), transmitido pelas redes sociais da entidade, e contou ainda com a participação dos postulantes Mirela Macedo (PSD) e Marcello Santana (MDB), que ficaram prejudicados na tentativa de apresentar proposta em meio ao bate-boca particular. Se bem que, em sua primeira fala, o emedebista entrou no clima e atacou os oponentes faltosos: "Eu queria ressaltar a importância desse debate e, ao mesmo tempo, demonstrar insatisfação com a ausência de dois candidatos, que não têm nenhum compromisso com a Educação, com o servidor público nem com a sociedade". 

Logo no início do programa, a petista acusou o ex-aliado de promover notícias falsas contra ela, citou a determinação legal para remoção de conteúdos divulgados pelo petebista e os dois se estranharam. "Eu fico triste em ouvir tanta asneira de uma prefeita que governa uma cidade há mais de 12 anos em dizer que eu promovo fake news. Aqui em Lauro de Freitas virou jargão. Quem fala a verdade, quem demonstra que a cidade está totalmente desordenada, esburacada e mal sinalizada é um criador de fake news", criticou Cardim.

O destaque de Mirela foi o debate sobre o saneamento, um dos problemas crônicos do município, que sofre com constantes transbordamentos dos rios Sapato, Joanes e Ipitanga em épocas de chuva e a consequente poluição de toda a faixa litorânea. "Em Lauro de Freitas, mais da metade da população não tem esgotamento sanitário. Lauro de Freitas não tem política de saneamento básico e isso resulta em poluição de rios e alagamentos. [...] O plano de governo, liderado por mim e por Fausto, que é o vice na chapa, tem soluções efetivas para a questão dos alagamentos do nosso município e do tratamento das nossas águas, para recuperar os nossos rios e as nossas praias", afirmou.

Moema também tentou desestabilizar Mirela, que foi sua vice-prefeita até abril do ano passado, quando optou assumir o mandato de deputada estadual, ao sugerir que ela pretende implantar um modelo de meritocracia na Educação semelhante ao adotado na administração de Mata de São João, caso seja eleita.  

Em resposta, a parlamentar não caiu na provocação e apresentou suas ideias para o segmento. "A Educação será um eixo prioritário na nossa gestão. As nossas escolas têm décadas que foram construídas e precisam ser reformuladas. A gente já tem no Município um valor aproximado de R$ 120 bilhões em precatórios. Nós precisamos tornar as nossas escolas inclusivas, ter profissionais capacitados para cuidar das nossas crianças e dos nossos alunos que, realmente, precisam de uma atenção especial. Nós vamos climatizar as salas de aula. Vamos precisar ter uma sala de aula com acústica para dar ao nosso profissional da Educação o mínimo de saúde para ministrar a sua função. Vamos, também, descentralizar a merenda escolar. Vamos levar refeitórios às escolas do Município, para que os alunos possam se alimentar de forma adequada. Hoje, os alunos comem no chão, em muitas escolas. Vamos também trazer para cá a Educação integral, não a escola de tempo integral, porque isso não vai ser possível fazer em quatro anos, mas vamos trazer os polos-educacionais, em que, no turno oposto, os alunos possam ter acesso ao esporte, à cultura, à arte, a oficinas e cursos profissionalizantes", enumerou, ao ser replicada por Moema, insatisfeita: "Candidata Mirela, a senhora não respondeu à pergunta que eu fiz sobre a meritocracia, mas eu queria dizer que Mata de São João aplica isso e é terrível, porque isso diminui e desrespeita o servidor. Se ele apresentar um atestado, ele perde a bonificação, que deveria receber"

No final, Moema e Cardim mantiveram o clima de bate-boca, quando a petista surpreendentemente partiu em defesa de Teobaldo e ACM Neto, após o petebista dizer que estaria preocupado com uma possível eleição do empresário, por não saber se ele seguiria "ordens do candidato de Mata de São João [em referência a João Gualberto] ou então do anão [ACM Neto], prefeito da cidade de Salvador". "Primeiro, eu queria dizer que o candidato insiste em agredir, tanto me chamou de irresponsável, quanto disse que nós fizemos [contratações] para apadrinhar alguém, e ainda completa agredindo um candidato que está ausente aqui, chamando o prefeito de Salvador, de forma pejorativa, de anão. Não é xingamento chamar de anão, mas como ele fez foi de forma pejorativa", protestou a prefeita, que finalizou a sua participação com um pito geral: "Era bom que todos os candidatos morassem no município há muito tempo porque, assim, eles não falariam inverdades".