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Estudo produzido com voluntários da ONG Viva e Deixe Viver mostra quanto custa o valor médio da hora voluntária

Associação é pioneira neste tipo de pesquisa que revela que o valor médio da hora voluntária da entidade é de R$ 48,50

23/08/2023 às 14h46
Por: Rebeca Costa Fonte: Thais Bonnano
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O voluntariado é um dos pilares fundamentais que impulsiona o desenvolvimento social e humano no Brasil e no mundo. A fim de manter o controle e a qualidade das atividades prestadas por seus 519 voluntários em 88 hospitais brasileiros, a Associação Viva e Deixe Viver, ONG que atua com contação de histórias para crianças e adolescentes hospitalizados, apresenta os resultados da pesquisa “Gestão do Voluntariado - Edição 2023”. Produzido pela Havine Research, o estudo revela que o valor médio da hora voluntária da entidade é de R$ 48,50, totalizando um valor expressivo anual de mais de R$ 2.867.126,00 milhões ao capital humano, mais R$ 943.158,74 gastos com transporte, alimentação e demais recursos. 

 

Pioneira na realização de pesquisas sobre o voluntariado, a ONG busca identificar não só o perfil dos voluntários, mas também analisar o comportamento dos mesmos, o desenvolvimento e execução dos projetos idealizados e o seu impacto na saúde da população atendida. A pesquisa ouviu 390 voluntários, entre janeiro e fevereiro deste ano. 

 

Do total de entrevistados, 88% são mulheres e somente 12%, homens. Destes, 52% pertencem à geração Baby Boomers e têm idade entre 56 e 70 anos. Outra geração de destaque é a X, com 30% dos voluntários na faixa etária entre 36 e 55 anos, enquanto 14% pertencem a geração de 71 anos+ e apenas 4% são da geração Y, com idade entre 21 e 35 anos. 

 

Por meio do comprometimento, os voluntários, generosamente, nos doam tempo, habilidade e contribuem para um país mais solidário e justo. “Levar a leitura, a brincadeira, as histórias para onde quer que vamos é o primeiro passo para transformar o atendimento clínico e internação hospitalar de crianças e adolescentes que passam por situações difíceis em um momento mais alegre, saudável e terapêutico. E não é somente o tempo como intervalo entre outras tantas atividades. É um tempo qualificado, carregado de sentimentos de doação ao outro e com predisposição para aprender e ensinar”, explica Valdir Cimino, fundador da Viva e Deixe Viver.

 

Durante todo o ano de 2022, considerado um ano atípico e cheio de desafios de gestão para a entidade por conta do pós-pandemia, foram realizados 10.928 atendimentos às crianças e adolescentes hospitalizados. Outro indicativo do estudo é a média de horas dedicadas à entidade, chegando a 9,5 por mês, enquanto a média nacional do trabalho voluntário é de 14,5. Por semana, são doadas aproximadamente 2h pelos voluntários. 

 

Outro indicativo apresentado pela “Gestão do Voluntariado - Edição 2023” foi que metade dos voluntários possuem pós-graduação. Do total, 44% possuem curso de pós-graduação, 34% superior completo, 11% mestrado ou doutorado e 11% concluíram o ensino médio. 

 

“A doação dos voluntários, quando vem acompanhada da combinação adequada de generosidade e profissionalismo é bem-vinda independente da escolaridade. O que a pesquisa revela é que a ONG tem atraído e mantido voluntários com fortes relações com o meio acadêmico. Certamente, parte desse perfil é explicado pela natureza da atividade que é ligada à leitura e cultura”, enfatiza Cimino.  

 

Em relação às atividades remuneradas, outra evidência da dedicação dos voluntários, e do esforço de gestão conjunta com a entidade, é a proporção daqueles que precisam conciliar o trabalho com a atividade de contador de história. Em 2022, esse percentual era de 56%.

 

“Com o estudo, a Viva e Deixe Viver virou modelo para outras iniciativas sociais, principalmente ONGs ligadas às crianças e adolescentes. Por meio de seu trabalho voluntário qualificado, contribuindo para a humanização da saúde e a transformação de vidas, essa pesquisa representa o desenvolvimento de uma tecnologia de gestão social que pode ser compartilhada com outras entidades, para que elas passem a ter clareza sobre os recursos que estão captando e os voluntários mobilizados”, enfatiza Paulo Cidade, diretor da Havine Research. 

 

Vale lembrar que as entidades do 3º setor, exceto as estatais, devem, atualmente, seguir as regras estabelecidas pela Resolução do CFC nº ITG 2002 (R1) de 02/09/2015. Tal normatização tem como objetivo esclarecer sobre o tratamento contábil que deve ser dispensado às subvenções e ao trabalho voluntário.

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