Especialistas que participaram de reunião da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara do Deputados, nesta quinta-feira (26), alertaram para a necessidade de intensificar campanhas sobre os prejuízos à saúde com o uso de cigarros eletrônicos.
Representante da Associação Médica Brasileira (AMB), Maria das Graças Rodrigues afirmou que apesar de proibidos pela Anvisa, os cigarros eletrônicos atraem principalmente os mais jovens. Segundo ela, como esses dispositivos liberam doses mais altas de nicotina e acabam causando uma dependência de difícil tratamento. “Esses jovens fazem frequentemente o uso dos dispositivos eletrônicos mais os cigarros convencionais. É uma estratégia da indústria para contornar as leis e minar as medidas de controle do tabagismo”, alertou.
O programa nacional de combate ao fumo foi instituído no Brasil em 1986 e, em 30 anos, de 1989 a 2019, reduziu o percentual de fumantes no País de 30% para 12,8 % da população.
O deputado Zacharias Calil (DEM-GO) reconheceu os avanços brasileiros no combate ao tabagismo, mas sugere intensificar as campanhas contra o fumo, principalmente nas escolas. “O Brasil é o exemplo que realmente a divulgação, a orientação e a publicidade em relação a isso trazem resultados", afirmou.
Taxação
Representante do Instituto do Câncer (Inca), Felipe Mendes defendeu que os parlamentares aproveitem a discussão da reforma tributária para taxar mais pesadamente os produtos derivados de tabaco. Ele destacou que existem estudos que mostram que um aumento de 10% no preço dos cigarros diminuiria em 4% o número de fumantes.
Primeira causa de morte entre as doenças evitáveis, o tabagismo causa oito milhões de mortes por ano no mundo. No Brasil, mesmo tendo sido adotada uma política de combate ao fumo, os números ainda são altos, representando 161 mil mortes por ano.
O representante da Organização Panamericana da Saúde (Opas), Diogo Alves, lembrou que em 2019 o mundo gastou o equivalente ao PIB brasileiro no tratamento de doenças relacionadas ao cigarro.
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